14.7.05

Isso é São João... o resto é conversa!

Esqueça tudo o que você já viu sobre Festas de São João até hoje. Se você acha, como eu achava, que era uma Festa Junina dessas que temos em São Paulo, porém melhorada, trate de tirar isso da cabeça. Uma Festa de Santo Antonio, São João ou São Pedro deve ser escrita com "F" maiúsculo. Mistura o profano com o sagrado e alguns dos sete pecados capitais... a gula, a cobiça (hiii o que eu vi de gente bebendo no copo alheio... ). É uma festa fantástica para nunca mais esquecer. Fora a companhia dos baianos forrozeiros, que não deixa o bom humor cair jamais!

Primeiros dias em Cachoeira...
Aquela coisa diferente de cidade do interior... acordar, papear muito na varanda da sala, ver a vida passar e oferecer aos vizinhos e aos visitantes o licor. Muito licor. Isso é o que se toma nessa época de festas. Muito licor com pratos a base de milho. Povo feliz e sorridente, hospedeiros, atenciosos e muito educados. A simplicidade salta aos olhos e se vê o que normalmente passa desapecebido no dia a dia.
O gosto e o prazer de receber bem aliado ao bom humor e à boa vida sem frescura. Gente, sem comentários. Até o friozinho e a garoa do final da noite são bem vindos. O vento é amenizado pelo calor das fogueiras na frente das casas, de todas as casas, e o corpo se esquenta ao som do forró.
Meia noite em Cachoeira...
Hora do forró na praça. Meninas arrumadinhas e meninos cheirozinhos. Todos se encontram para assistir ao show das bandas do dia que começam cedo e só param quando acordam o sol. Aqui foi a parte mais engraçada. Tudo era novo e Calcinha Preta para mim não passava de um acessório feminino. Aqui não... é uma das bandas de forró mais aplaudidas e adoradas... e dançamos até amanhecer quase todos os dias.
Dia 24 em Cruz das Almas...
Batalha das Espadas é uma tradição do São João de Cruz das Almas e em outras cidades do interior. É como a tourada em Madri. Você sabe que a brincadeira machuca mas os praticantes do "esporte" levam tudo muito a sério. E não adianta reclamar... passou na rua e correu, tomou espadada. Tradicional na cidade, a "guerras de espada" faz vítimas, tanto entre os participantes, como entre as pessoas que assistem à brincadeira. Após ser arremessada, a espada pode tomar um rumo diferente do
planejado e atingir os espectadores. O artefato é confeccionado com bambu, pólvora, barro e amarrado com cordas. Enquanto a espada corria solta na rua, nós comíamos água (= encher a cara) e dançavamos em casa com banda ao vivo. Olha que chique?

Dia 25, Forró do Bosque.. bom pra quem foi!
Acho que esse foi o mico do ano... animadíssima, vestida com o meu abadá, fomos para uma fazenda em Cruz das Almas para o segundo dia do Forró do Bosque. Pura energia. A principal atração da festa foi a banda Chiclete com Banana - o que justicava a camiseta mais barata ser vendida por R$90,00. Nesse clima todo de alegria, quisemos ficar em um lugar privilegiado e aó que nos estrepamos. Vendemos nossos abadás para comprar de um cara o do camarote e fomos enganados... não haviam mais camarotes... O forrozeiro Adelmário Coelho cantou sucessos de sua carreira, fazendo um show maravilhoso e a gente ficou chupando o dedo do lado de fora. Como tudo ainda sempre pode piorar, na hora de ir embora, perderam a chave do carro no matagal da fazenda e ainda tivemos que ficar de 4 como vacas pastando, procurando a chave junto com os seguranças nos cavalos... fim de noite dos infernos.

Agora é esperar o ano que vem para poder curtir mais uma vez, 4 dias inesquecíveis de Festa!
O São João do Nordeste...

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