Básico Instinto...

De vez em quando eu me pego pensando se ter vindo para Salvador foi uma decisão acertada. Apesar de estar passando por um momento super chato, sem trabalho e sem dinheiro, eu ainda não estou convencida de que deveria ter ficado em Sampa trabalhando em uma atividade que estava se tornando rotineira, limitada e chata para mim. Eu ainda não me arrependi de ter arriscado tentar a vida nessa cidade mágica, que não sei porque me prende aqui e apesar de tudo estar complicado, não consigo colocar minha cabeça no caminho de volta.
Alguma coisa que não sei ainda vai acontecer para que eu bata na mesa e diga: eu estava certa! Valeu ter insistido nessa idéia!
Sem nada para fazer de vez em quando, eu vejo novela e não raramente (que ridículo escrever isso, mas vamos lá!) me pego com a história da Serena da novela das seis, que sem saber como e nem porque, foi para Roseiral e depois de um tempo passou a entender os motivos dessa mudança de vida. Sonhava com uma rosa, se incomodava com uma cicatriz e uma dor no peito, e tudo tinha seu motivo de ser... hahahahaha eu, a Serena da Bahia, ainda mais parecida com uma índia mesmo! Ridículo!
Sempre que começo a cogitar marcar uma data limite para desistir de Salvador, acontece alguma coisa que me diz que não devo me abater e que tenho que insistir em ficar. Conheci uma pessoa esses dias, por telefone, por acaso, que me deu vários contatos de eventos sem mesmo me conhecer pessoalmente. Essas coisas que me encafifam. Era um cara dizendo que não sabia quem eu era e que tinha meu telefone de casa e meu celular em sua agenda não sabia o porque. Eu disse que não conhecia ninguém com o nome dele e começamos a conversar para ver se tínhamos alguém em comum. Nesse bate papo ele disse que era músico, que tocava em um grupo conhecido aqui na Bahia e que podia me ajudar com trabalho. Acabamos nos encontrando, conheci amigos dele da mesma área, eventos, shows.... bem, resumo do axé.... tenho ainda essa semana duas entrevistas de trabalho.
As coisas não são fáceis, mas acabam acontecendo e vão mudando minha forma de ver as coisas toda semana quase... fico às vezes um pouco confusa e meio perdida em meio tantos acontecimentos, mas é sempre isso que eu acabo buscando. Sou movida à mudanças, acho que não sei e não consigo me sentir feliz tendo uma vida regrada e cheia de rotina... Então, acabo aquietando meu coração e pensando como Raul... eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...

Meu primeiro final de semana em São Paulo eu ja fiz as malas

e fui pra Ubatuba pro casamento da Lele e do Pascal.

Ela, brasileira, super engraçada e abençoada. Poderia escrever páginas sobre a nossa amizade e tudo o que vivemos juntas nesses quase 10 anos de amizade. O Pascal, francês com nome de português. Extremamente apaixonado e o homem perfeito para ela. Aliás, para ela e para qualquer mulher que busca um homem gentil e atencioso, amigo e sensível. O casal perfeito existe mesmo e se casou na Praia Dura, em Ubatuba, São Paulo.

Foi delicioso! Pouca gente, casa super agradável, um almoço delicioso e um charme de noivos. Fiquei super feliz de ver meus amigos felizes e casados.

Dos 20 dias que estou em São Paulo, consegui 15 minutos entre uma visita e outra para fazer uma rápida reflexão sobre a volta à minha cidade natal. Na verdade 15 minutos é pouco para descrever tudo o que eu queria, mas basicamente eu fiquei feliz por ter voltado, fiquei contente por rever meus amigos e meus grandes amigos,especialmente, e principalmente minha família.

Afirmo e assino embaixo que não senti nenhum pingo de remorso em dizer que a cidade está cada vez mais caótica. O trânsito insuportável, a correria dos motoboys e a chuva, que apareceu pesada pelo menos 3 vezes nesses dias conseguiu detonar as ruas e esburacar todas as que estavam em meu caminho.

Por outro lado, não há como a noite de São Paulo. Não há nada como ver as pessoas bonitas, bem vestidas e carros novinhos desfilando pela Faria Lima. São Paulo é uma vitrine de estilos, em todos os quesitos. As tribos convivem bem, repeitando os espaços de cada uma e eu convivo com quase todas as tribos! Legal saber que tenho amigos de todas elas....

Na verdade eu acabo ficando super dividida e tenho que fazer várias festas de reencontro – o que não é nada mal, considerando meu passado que me condena!

Um dia o Happy Hour do pessoal do escritório. Os formais, legais, que foram a minha família durante três anos, de segunda à sexta-feira, das 8h00 às 17h30. No outro, encontro dos amigos de infância e de longa data. Aqueles que já tem liberdade de entrar na sua casa e tomar cerveja com seu pai vendo televisão no final da tarde de sábado. Você nem precisa estar junto. O ritual do “fazer sala” já terminou antes do segundo dia de amizade, quando você tinha 10 anos. Hoje, a maioria desses amigos estão casados e suas esposas ou maridos já viraram parte da Grande Família. De todos eles uma grande parte já está com a sua prole ou com o primogênito encomendado para a cegonha. Aí, antes de ir, ainda quero passar um tempo com as pessoas da faculdade, da pós-graduação, com aqueles amigos que são amigos dos amigos e por uma graça da natureza acabram ficando na minha vida.

Como madrinha, depois de seis meses, o mínimo que posso proporcionar ao meu afilhado é um dia de bagunça. Para a minha familia, nada menos que algumas tardes e alguns almoços... e ainda arrumar tempo para fazer umas visitas comerciais e tentar arrancar alguma coisa comercial para levar pra Salvador...
Então, 20 dias passam voando, como um final de semana com uma levada de compromisso sócio-comerciais. O eu não é nada ruim. Mas vcs tem que concordar comigo, tudo isso fica muito mais agradável com um solzinho, com uma avenida beira-mar e barzinhos baratos...

CARONA CHEGOU.

Ver a cara que eu fico na metade do mês, NÃO TEM PREÇO!!!